A Polícia Federal (PF) informou nesta terça-feira, 14, ter deflagrado um desdobramento da Operação Ophiocordyceps, deflagrada em junho de 2022 para investigar suposto esquema de R$ 90 milhões que seriam resultado de superfaturamento na compra de insumos e prestação de serviços nos Hospital Estadual de Combate à Covid-19, Hospital Geral de Palmas (HGP) e Hospital Regional de Gurupi (HRG), administrados pela Instituto Saúde e Cidadania (ISAC). A nova ação foi batizada de “Broken Armour”.
18 MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO EM BRASÍLIA E OUTROS SEIS ESTADOS
O inquérito desenvolve a fase de investigação criminal sobre fraude a licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro possivelmente praticados por empresários e servidores públicos. Os agentes cumprem 18 mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), Belém (PA), Anápolis (GO), Goiânia/GO, Umuarama (PR), Boa Vista (RR), Ribeirão Preto (SP), Cotia (SP), São Paulo (SP) e Maceió (AL). Apesar de não haver diligências no Estado, a expedição dos mandados é da 4ª Vara Federal Criminal do Tocantins.
ENTENDA
A Polícia Federal apura suspeitas de que uma organização social contratada para o gerenciamento de leitos clínicos e de unidade de terapia intensiva em hospitais em Palmas e Gurupi teria superfaturado o valor dos insumos e serviços prestados. A ISAC recebeu aproximadamente R$ 90 milhões para a gestão dos dois hospitais durante as ações de enfrentamento à pandemia do Covid-19 em 2020 e 2021, e parte deste valor teria sido desviado em proveito de agentes públicos e empresários vinculados à referida organização.
CRIMES
Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraude a licitação e organização criminosa, com penas que somadas, podem chegar a 23 anos de reclusão, além da perda de bens e valores suficientes para a reparação dos danos decorrentes das infrações penais.
BATISMO
A expressão “Broken Armour”, escolhida como nome da operação, significa “armadura quebrada” e remete à descoberta (quebra) do segredo (proteção) sobre como funcionava a criação e existência de empresas instrumentalizadas para a proteção de pessoas suspeitas de integrar a suposta organização criminosa.