O Diário Oficial desta quarta-feira, 6, trouxe uma série de atos do governador Mauro Carlesse (DEM) para designar novas lotações para boa parte dos delegados de Polícia Civil do Tocantins. A decisão gerou reação negativa imediata da categoria. O presidente do Sindepol, Mozart Félix, atenta para remoção dos profissionais com experiência em investigações especializadas – como o combate à corrupção – para delegacias distritais. O sindicato se reúne ainda nesta quinta-feira, 7, para tratar do episódio.
Represália
Mozart Félix voltou à carga contra o governo estadual após o remanejamento feito pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Não resta dúvidas para ninguém mais de que claramente é em represália às ações de combate à corrupção. Todos – rigorosamente todos – que atuam, tem ou já tiveram inquérito ou operação de combate à corrupção foram tirados de suas delegacias”, afirmou o sindicalista à Coluna do CT, citando moção de todos os ocupantes das divisões especializadas de repressão à corrupção (Decor) ao crime organizado (Deic).
Corregedor de fora do Estado
O presidente do Sindepol também chamou a atenção para a mudança na Corregedoria da Polícia Civil. “Além das remoções, o secretário [Cristiano Sampaio] resolveu nomear corregedor-geral uma pessoa que nem policial é”, e, referência a Servilho Silva, subsecretário que é policial federal aposentado e com carreira fora do Tocantins. “Claramente não conseguiu preencher este cargo com um delegado do Tocantins justamente em razão das perseguições que vem acontecendo. Clara tentativa de perseguição e mais intimidação”, avaliou.
Afago antes do golpe final
Mozart Félix ainda lembrou que a medida acontece após duas iniciativa de valorização da categoria. “O que é curioso é que todas estas ações aconteceram duas semanas após a homenagem aos 31 anos da Polícia Civil na Assembleia, e uma semana após um almoço oferecido no Palácio Araguaia pelo governador para alguns delegados pinçados, previamente selecionados. Tentaram sinalizar como uma tentativa de aproximação, de diálogo, para logo em seguida dar um tentativa de um último golpe, um golpe fatal”, afirmou.
Perseguição desde a Operação Expurgo
O Sindepol condenou a remoção dos delegados também em nota. No texto, a entidade afirma que perseguições do Executivo acontecem desde a Operação Expurgo e garante que trabalha para que “todas as medidas cabíveis sejam tomadas a fim de que a situação seja revertida”. Mozart Félix também gravou um vídeo para pedir o apoio da sociedade.
A Coluna do CT acionou o governo estadual e aguarda manifestação.
Veja o pronunciamento do presidente do Sindepol sobre o remanejamento: