A Polícia Federal voltou às ruas nesta terça-feira, 1º, para atuar em mais um operação oriunda da Reis do Gado, a Urutau. Conforme a corporação, aproximadamente 15 agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária todos em Palmas. O objetivo é desarticular organização criminosa voltada à prática de desvio de recursos públicos e de lavagem de capitais por meio da utilização de “laranjas” e “testas-de-ferro”, com objetivo de dissimular ou ocultar a origem ilícita dos recursos e a real propriedade de bens e empresas.
Contratos públicos
O aprofundamento das investigações com a ação desta terça-feira, 1º, tem como foco um dos eixos da organização criminosa, consistente no desvio de dinheiro oriundo de contratos públicos, além de ativa participação no processo de lavagem desses recursos, falsificando documentos e utilizando-se de empresas em nome de “laranjas” ou “testas-de-ferro”. O valor total dos contratos públicos ligados às empresas deste eixo pode ultrapassar R$ 50 milhões.
Batismo
Segundo a própria Polícia Federal, o nome da operação – Urutau – faz referência ao pássaro de mesmo nome, conhecido como o rei da camuflagem.
3ª operação em uma semana
Está já é a terceira operação da PF oriunda da Reis do Gado deflagrada em uma semana. A primeira foi a Operação Carotenóides, na quarta-feira, 25, que decretou a prisão de ex-chefe de gabinete e ex-secretário estadual da administração de Marcelo Miranda (MDB), Elmar Batista Borges, o Cenourão (MDB). Na quinta-feira, 26, foi a vez do ex-governador, do pai e irmão dele, José Edmar Brito de Miranda e Júnior Miranda, serem alvos da 12º Trabalho. De todos os citados, apenas o patriarca da família, que pagou fiança de R$ 200 mil, e Cenourão, solto no domingo, 29, estão em liberdade.
Mais um membro da família preso
A Operação Urutau levou mais um membro da família Miranda à prisão, mas de maneira temporária. Um dos alvos dos mandados é Luciano de Carvalho Rocha, empresário do ramo da construção e primo do ex-governador. Ele é filho de Luiz Antônio da Rocha, ex-secretário-chefe da Controladoria Geral do Estado (CGE) na última administração de Marcelo. Além dele, Kamile Oliveira Salles, esposa de Luciano, e Guilherme Costa de Oliveira também foram presos temporariamente. Todos tiveram os sigilos bancário e fiscal afastados e tiveram endereços alvos de busca e apreensão, isto ao lado de Marcelino Leão Mendonça, cunhado de Marcelo Miranda, e das empresas Construarte Construtora e WTE Engenharia.