A Secretaria de Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot) e a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Tocantins (Iphan) estiveram reunidos nesta quinta-feira, 15, para discutir a salvaguarda e gestão compartilhada do sítio arqueológico Campo Santo do Bom Jardim, cemitério da comunidade quilombola Rio Preto, em Lagoa do Tocantins.
ENTENDA
O cemitério Campo Santo do Bom Jardim foi reconhecido oficialmente como sítio arqueológico histórico no dia 13 de novembro de 2023 e passou a ser uma área sob a proteção da União. A necessidade de reconhecimento foi apresentada pela Sepot e homologada pelo Iphan.
PAUTA
Os órgãos discutiram maneiras para preservar junto à comunidade o cemitério recém enquadrado como sítio arqueológico, bem como o levantamento de dados e realização de estudos antropológicos. A intenção é fazer do sítio uma fonte de preservação das memórias ancestrais da comunidade Rio Preto. Outro objetivo dessa gestão interinstitucional é que o sítio arqueológico também sirva como instrumento para o tombamento do quilombo enquanto patrimônio histórico nacional. “Essa pauta é urgente e precisamos trabalhar juntos nessa gestão de forma a garantir mais direitos para a comunidade, como o tombamento dela enquanto patrimônio histórico”, disse Narubia Werreria, titular da Sepot.
TEVE RISCO DE DESAPARECER
Segundo portaria do Iphan, é possível registrar como patrimônio cultural tanto os locais que contenham vestígios materiais de quilombos já extintos ou documentos que remetam à memória dessas comunidades, quanto os locais atualmente ocupados por comunidades quilombolas, que mantêm viva a herança de seus antepassados por meio de suas práticas atuais. Arqueólogo e chefe da divisão técnica do Iphan no Tocantins, Rômulo Macêdo afirmou que o Campo Santo do Bom Jardim teve o risco de desaparecer, devido ao conflito que a comunidade vive. “O reconhecimento dele enquanto sítio arqueológico faz com que seja assegurado alguns investimentos que podem ser feitos ao longo do tempo. Esse diálogo com as instituições e com as comunidades se faz essencial por isso”, disse.