Com o desassossego dos dias de hoje e o azáfama que vivemos, quando a tecnologia vem afastando as pessoas do convívio saudável e necessário, que nos faz sentir falta de um abraço ou mesmo uma palavra amiga, um sorriso ou mesmo um aperto de mãos, quando as pessoas se acham todas poderosas e infalíveis, entendo que alguns minutos da atenção às considerações abaixo, só nos farão bem e muito bem.
Literalmente, podemos ver que a confiança nas nossas próprias forças torna muitas pessoas capazes de executarem e conquistarem coisas materiais, que muitos não conseguem por duvidarem de si mesmas e mesmo porque elas não resolvem todos nossos problemas, pelo contrário, muitas vezes geram problemas.
Mas no sentido moral, incluindo-se aí a fé, devemos entender que as montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má vontade, em resumo, com que se depara grande parte das pessoas, ainda quando se trate das melhores coisas.
Os preconceitos, a rotina, o interesse material, o egoísmo, o fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho de quem trabalha pelo progresso da humanidade.
A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos para que vençamos os obstáculos, tanto nas pequenas como nas grandes coisas. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que temos de combater; esse tipo de fé não procura meios de vencer porque não acredita que possa alcançar o que almeja.
A fé é a certeza que temos de atingirmos a realização do que buscamos. Ela dá uma espécie de lucidez que permite que vejamos em pensamento as metas que queremos alcançar e abre os caminhos para que cheguemos lá. Aqueles que a possuem caminham com absoluta segurança
A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão, tem a certeza de chegar ao objetivo visado.
A fé vacilante sente sua própria fraqueza; quando é estimulada pelo interesse, torna-se frágil, doentia e julga suprir com a violência a força que lhe falta. A calma na luta é sempre um sinal de força e confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.
O que muito nos ajuda é não confundirmos a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga com a humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em forças superiores do que em si próprio e por saber que somos simples instrumento da vontade Divina e que sem essa força Superior nada podemos. A presunção é menos fé do que orgulho e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos desacertos que lhe são infligidos pelos objetivos não alcançados.
O poder da fé se demonstra de modo direto e especial na ação magnética; por seu intermédio a pessoa atua sobre o fluido, agente universal, modificando suas qualidades e lhe oferecendo uma impulsão irresistível.
Conclui-se que daquele que a um grande poder fluídico normal junta a verdadeira fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural.
Impossível escrever sobre esse tema e não citar o Espírito mais evoluído que já passou pelo Planeta Terra, Jesus de Nazaré, que embora muito jovem, nos deixou, através dos seus Apóstolos, incontáveis lições e dentre elas a seguinte: “Se não curastes, foi porque não tínheis fé!” (Interpretação e adaptação deste autor dos ensinamentos espiritualistas).
“Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado; membro-fundador da Academia de Letras de Dianópolis.
candido.povoa23@gmail.com