O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MPE) apresentou denúncia contra 17 pessoas por associação criminosa, tráfico de drogas e outros crimes. Os denunciados são vinculados à facção criminosa Amigos do Estado (ADE), que tem origem em Goiás e com atuação também no Tocantins, Bahia, Pará, entre outros. A Vara Criminal de Dianópolis acatou a manifestação e deu início ao processo no dia 23 de junho. As investigações do caso foram conduzidas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Tocantins (Ficco).
MOVIMENTAÇÃO DE R$ 64 MILHÕES EM SEIS MESES
Conforme as investigações, o grupo utilizava pistas de pouso localizadas em duas fazendas, em Formoso do Araguaia e Almas, como ponto de rota para o tráfico de drogas. Nas investigações, também foram identificadas quatro empresas de fachada utilizadas no esquema criminoso, que, juntas, chegaram a movimentar quase R$ 64 milhões em apenas seis meses.
TOCANTINS COMO PONTO LOGÍSTICO
“Embora sua atuação seja na região metropolitana de Goiânia, a organização possui capilaridade em diversos estados brasileiros e passou a utilizar o Tocantins como um ponto logístico intermediário para se distanciar das forças policiais goianas. Essa estratégia se insere na ‘Rota Caipira’, um importante corredor aéreo para o transporte de cocaína que abrange o interior paulista, o Triângulo Mineiro e o sul goiano, figurando também o Estado do Tocantins nesse fluxo”, esclarece a Gaeco na denúncia.
DENUNCIADOS
Os 17 denunciados participaram das atividades vinculadas ao tráfico ao menos entre dezembro de 2023 e maio de 2025. Eles têm domicílio em diferentes cidades: Aparecida de Goiânia (GO), Goianira (GO), Goiânia (GO), Imperatriz (MA) e Xinguara (PA). Nenhum é domiciliado no Tocantins.
INÍCIO DAS INVESTIGAÇÕES
As investigações tiveram início em 10 de abril de 2024, quando o condutor de uma Toyota Hilux desobedeceu ao sinal de parada em uma fiscalização da Polícia Militar, realizada na divisa do Tocantins e Bahia. O veículo foi perseguido, interceptado e o condutor foi detido, inclusive por possuir um mandado de prisão em aberto, expedido pela 3ª Vara de Execuções Penais de Goiânia.
COMBUSTÍVEL DESTINADO AO ABASTECIMENTO DE AVIÃO
O que chamou atenção dos policiais foi um reboque acoplado à caminhonete, que continha cerca de mil litros de combustível destinado ao abastecimento de avião, sem nota fiscal. Foi apurado que o combustível foi adquirido por R$ 14,2 mil, em Luís Eduardo Magalhães (BA). No veículo, também estavam objetos de alto valor, ainda lacrados, como drone e celular, além de óculos, relógios e celulares de marca. O veículo estava em nome do passageiro, que declarou trabalhar como vaqueiro e disse que possuía renda mensal de R$ 4 mil. Ele também foi detido na ocasião.
CRIMES
A denúncia do Gaeco atribui aos denunciados os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, financiamento para o tráfico de drogas e falsificação de documento público, entre outros.
